Primeiro a gente vive. Pouco primeiro. Depois a gente comenta a vida. Muito depois.







sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Tudo por si só

A morte depende
da vida, que
depende do ar
que pretende
doar vida
a cobra
que depende
da fome
que depende
do alimento
proveniente
do que não
entendo.
Isto, depende
das ideias
que dependem
das loucuras
alheias, que
é pendente
ao universo
que depende
do sol
que não depende
de nada, que
depende de tudo.

Isso não depreende
compreensão
que nem de mim
depende
mas me deixa contente
não entender
este consciente
escrito.
Quase decente,
meramente
severo e
independente.

Sente ante o ente querido mágoa constante ?

Eu, no sanatório

No circo choro
no velório rio
Nocivo imploro
o simplório pedido
De calma seu vento,
sua alma é visível,
não podes dividir
o indivisível.

Quase incompleto

Tudo foi farsa.
Desde o primeiro
até hoje,agora.
Sem rima o grito
sopra no ouvido
daquilo que chamamos
de nada. Porém,
é de suprema
importância,
esclarecer que disto
tudo,se lembra
felicidade.
A verdade é que
sem rima tudo
é mais feio.
Mais realista.
Então,não rimamos.
Pois que, ontem se viu,
ante-ontem caiu a
lágrima da verdade.
E sem entender
o porque de tudo isso
O motivo pelo qual
essa tempestade despenca
do órgão mais subliminar,
ambíguo olhar telepático,
é a conciencia do
desenvolvimento do
não entendido.
E quando viras a esquerda
é motivo de piada.
Lixo na beira da via.
Se voltas para a direita
é engraçado e quase.
Só quase.
Nem se gritar, cuspir
e exigir que
se abra a porta.
Ela não abrirá.
Mas se acalme eu-lírico,
a parada é um pouco a frente.
Quando descer,
não esqueça de mandar
cartas.
Mas vá se embora
pois já está na hora.
Não é que é o que é ?
Surpreso:
Estou [odes]preso
nas rimas e
entrelinhas
da minha alma
escrita.

Labirinto

A vida passa
O amor passa
a paixão passa
a vontade passa
o fedor não passa
a esperança passa
o cansaço passa
o descanso volta
a esperança volta
[o fedor não passa]
a vontade volta
a paixão volta
o amor volta
a vida morre.

Mera coincidência

A quantidade
de irracionais
com intervalo
aberto a esquerda
é como a fumaça
no século dezoito.
O brilho fadiga.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Outono

Foi-se o tempo que eu tinha
medo de água fria.
o tempo em que o escuro ardia,
que sofria com distúrbios.
Foi-se o tempo que eu tinha
medo do grito.
o tempo que ele oprimia,
que limitava o pulo do grilo.
Foi-se aquele belo tempo.
Aquele que eu tinha medo,
medo de gente grande,
medo de ruído ofegante,
medo de sussurros do vento,
da árvore em movimento,
medo do grotesco
do avivamento.
Aquele tempo do medo,
aquele de realidades utópicas,
entre fantasmas e discos voadores,
Ele se foi,
mas deixou suas dores,
suas flores.

é dos ouvidos atentos,
das narinas atentas,
dos olhos atentos
a tantos movimentos
que eu tenho medo.
que eu tinha risos.
que terei desprezo.
Hoje o medo
é de sonhar.
Medo de estar preso
dentro daquele obeso
vazio subnutrido sonho
de sucesso.
Tenho medo até
da sombra do beco.
Hoje os medos
não são mais os mesmos.
não são tão reais mas,
fico surpreso:
colhi no jardim suas dores
curei com lágrimas suas flores.

Agora o medo é de ser todo amor.