Primeiro a gente vive. Pouco primeiro. Depois a gente comenta a vida. Muito depois.







terça-feira, 2 de outubro de 2012

a mim

Fossa nossa de cada dia engrandecido seja vosso vômito venha a nós o vosso leito seja feita da nossa bondade assim na merda como no mel. O fedor nosso de cada dia exilai hoje perdoai as nossas pobrezas assim como nós exaltamos a quem nos tem ofendido e não nos deixei cair em comunhão mas banha-nos do teu fel amém

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A morte: aceito inaceitável sem sorte: todo mundo é mortal. o corte: tudo efêmero que tem sal. o amor: pra sempre agora só dor e flor.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Prosoema


Eu Já fui do jeito
de quem hoje, condeno.
É que às vezes a gente é lua
quando o sol tá nascendo.

Enquanto reflete o espelho
a imagem mal dada,
a gente se ilude
pensando
que pode mudar.

Impossível evoluir.
Porque amor[ou humor]
nos faz usufruir do
frescor da vida.

Novas fases. A diva
vive disso.

Não da imagem,
mas da sua interpretação.
Não da influência externa,
mas do sentimento, da gozação.

Evoluir é rir de ontem.
É misturar a graça
e a desgraça.
Evoluir é rir de algo
que nunca pode acontecer,
o futuro.

Nós somos todos
os nós do passado.
Evolução alguma.

Talvez até tudo
não é isso citado.
Vai ver, evoluir
é ressucitar o passado.

Dissecação


As mãos geladas
As mãos quentes
As risadas
As mãos se encostam
Se esquentam
Se congelam
O lábio frio
O olho
O desejo
As bocas encostam
O suspiro
As bocas se mordem
O prazer
O arrepio
De repente
Acabou o filme.

Desfalcado


Aquele momento
do olhar avulso
Do olhar sem foco
Aquele momento
que do olho não se precisa.
O homem, tonto
Tenta não cortar seu pulso
Se afunda no ócio
O homem, torto
Que mesmo torturado
Não despertaria.
Um segundo
Uma eternidade
O olhar conclui:
Não foi aquilo
Que pensamos
Não foi o que o psicólogo disse.
Foi tudo em vão.
Foi tudo em nada.
Foi tudo que podia ser.
Tudo o quê? Grita o consciente,
E então, alguém nos toca o ombro:
“Tá tudo bem?”
e o olho volta.

Inversão, diversão


A invenção do prisioneiro é a liberdade
A do nostálgico, a graça
a invenção do solitário é a saudade
a do insosso, a taça
a invenção do desocupado é a luta
a do cansado, a morte
a invenção do alojado é a chuva
a do mendigo, a sorte
a minha invenção é tudo o que não
pode ser inventado.
Aquilo que quando sinto
Fico calado.
Quando percebo
É tudo mentira,
E eu minto
E meto a culpa na invenção.

Romantismo


amor
a
morr
a
mor
ra
mo
rra
m
orra
amor.