Primeiro a gente vive. Pouco primeiro. Depois a gente comenta a vida. Muito depois.







sexta-feira, 24 de setembro de 2010

espera

O chão
vibrou
o cão
vibrou
o chão.
e
é culpa da
evolução.
Criou
malditos
carniceiros.
O caminhão
vibrou
o chão
e
não a nada
demais
em caminhar
mas de mão
em mão não
da pra nadar.
as regras são
estreitas.
conserve
se a direita.
Isso não é
mensagem
subliminar?

Dadaísmo

A esperança espera,
depois da morte,
a aurora do dia nublado
e tempera a terra
com fugaz sopro azarado.
Ela foge numa fuga
inesperada
marcada
pras oito e se arruma
e se enrola em pano
mas,
não!
Não pode ser
agora!
Não estava nos
planos
ser na hora da novela.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

passado de amanhã

Ontem era hoje
e o pensamento
voava.
Voará o vintém
de amanhã
e o testamento
Anulado falirá.
Falará o sem teto
que a maçã estará
amaldiçoada e
morreu de manhã
Ao brilho florescente
da lua,cansado.
Viverá cheio de manha
o morto ao sol se
queimará.
Beijou a manhã
suave de ontem,
do século dezoito.
Cuspiu amanhã
o detestável e cinzento
berro boicote.
Tudo foi lido no
jornal das cavernas.
Fugiram pra calçada.
Não entenderam nada.
é porque é no futuro
que o ontem existe.
é que no tumulto
tudo tocar-te insiste.
Como um ímã.
Como um pensamento
latejante e
crucificável.
Hoje é tudo tão estável,
só receios e esperanças,
cheio de amores sonsos.
Amanhã é lamentável
para o passado que acolheu
o sempre,ontem.
como um anuncio no jornal.
Sem demagogia,
somos mesmo superiores?

Natural

é a luz da lua
o apogeu da minha
inspiração.
é a lua na rua
das passadas apressadas
presas na prece precaria.
é a musa nua
pintada nesse cosmo
gosmento que dorme.
é a carência crua
da alegria
e da luz.
é a maldição dura
e bela.
Limitada aos
vampiros e a minha
janela.
Nada mais.
Iluminando meus vícios e vida
nada singelos.
cegando-me da utilidade
inútil.
e me fazendo dormir
sem cantar
uma só letra.
Apenas com o iluminar
apagado
desse mundinho
opaco.
Amanhã o amanhecer
findará com a supremacia.
Seremos todos iguais.
Não venha para cá luz.
estamos bem.
Nessa ilusão que nos encanta,
que nos seduz.

Minto.

O mito é o mentir.
Não,minto.
é a verdade inventada.
e a criatividade sustentada
que o mito prova,
sinto não poder acreditar.
Tudo está tão real
que o inacreditável,
confortado como é,
se prova.
Ai mito.por que não
prova meus pesadelos?
Digo que não sabes.
Mas finjo que tu,
deus soberano,
sabes de tudo.
E quando a chuva vento fogo
terra pega, foi tu zeus,
desgraçado que me castigastes.
como é difícil fugir do teu olhar.
Pisca e sumo.como um mito
te faço acreditar no real
que nem todos acreditam.
O olimpo se converteu.
acredite,isso é
i8nacreditavel.
Mito mito mito,
te coloco um ene
e te revelo.

domingo, 19 de setembro de 2010

nessa idade
foge de mim
a liberdade.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

sou de tudo um rato
no quadrado errado
no momento exato.
Doçuras na feira
e

eu

aqui
de bobeira

Auto explique-se

Onde se chega quem para?
como se manda quem cala?
quando se ganha quem perde?
quanto se paga a quem pede?

Quem para a chegada.
Quem,mandado cala.
quem ganha o que perde.
quem pede pagando.

Quanto vale o que deve?
quando se lembra o que se esquece?
como amansar o que grita e cospe e fala?
Onde a vista verá a parada?

O que é pago ao cobrador
quanto ao valor devido
quando se esqueçe o lembrado
como é guiado o equilíbrio
onde foge o ria radiante nublado
já nem sei a questão mas a resposta
é fugaz:
é o que se paga por dever demais.

Para o dia de hoje

foi feito feijão
a massa ardia em
nojo.
Ela via a feitiçaria.
Viu a emoção em carne
viva.
E bem no apito do guarda
da esquina,
dobrou a esquerda e
se jogou
no escândalo da mina.
Gritou tão alto
que os grilos
assustados,
saltaram enquanto
dormiam.