Primeiro a gente vive. Pouco primeiro. Depois a gente comenta a vida. Muito depois.







terça-feira, 21 de setembro de 2010

passado de amanhã

Ontem era hoje
e o pensamento
voava.
Voará o vintém
de amanhã
e o testamento
Anulado falirá.
Falará o sem teto
que a maçã estará
amaldiçoada e
morreu de manhã
Ao brilho florescente
da lua,cansado.
Viverá cheio de manha
o morto ao sol se
queimará.
Beijou a manhã
suave de ontem,
do século dezoito.
Cuspiu amanhã
o detestável e cinzento
berro boicote.
Tudo foi lido no
jornal das cavernas.
Fugiram pra calçada.
Não entenderam nada.
é porque é no futuro
que o ontem existe.
é que no tumulto
tudo tocar-te insiste.
Como um ímã.
Como um pensamento
latejante e
crucificável.
Hoje é tudo tão estável,
só receios e esperanças,
cheio de amores sonsos.
Amanhã é lamentável
para o passado que acolheu
o sempre,ontem.
como um anuncio no jornal.
Sem demagogia,
somos mesmo superiores?

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