Primeiro a gente vive. Pouco primeiro. Depois a gente comenta a vida. Muito depois.







segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Batom sabor-de-vômito

Nos dias de quinta,
a água dá sede
o sol sopra frio
a mágoa sobe o rio
e te rende rente a parede.

Nos dias de quinta,
quente é o gelo
o machado é o beijo
o sorriso é o desejo
e bem vindo é desespero.

Nos dias de quinta,
não consigo dormir
não costumo mentir
não consisto em sair
e a voz...
cogita explodir.

Mas antes que eu minta
o dia de quinta
amanhã é nada
o tempo não para.
A fada maldita
morreu afogada.
E lá estou eu
de mala arrumada
pronto pra mais
quintas-feiras,
Avistar belas beiras
andar trilhos velhos,
falar baboseira.

E o mais que se dane.

é noite e a lua mágica
faz dia com magia,
florescente e fria.

No meio da rua,
no ponto cego
sobre a pedra macia,
aqui estou eu
pensando num dia de quinta
que mais parecia sexta,
cheio de curva e rimas,
segredos e entrelinhas,
sem sol
sem lua
sem sal
sem açúcar
sem tudo
sem nada
nem insosso
nem salgado
dia simples
gosto amargo.

Mas sabia que passaria,
Ah meu Deus era tudo que eu queria.
Sem mais disfarces e risos de auto ironia.
Não costumo findar tardes com alto teor de melancolia.

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